segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O profissional de Relações Públicas no ambiente corporativo global

http://www.aberje.com.br/acervo_colunas_ver.asp?ID_COLUNA=314&ID_COLUNISTA=28

Uma contribuição para a Comissão de Especialistasi em formação superior de relações públicas
por Paulo Nassar


Onde trabalha o profissional de Relações Públicas? Em seu cotidiano, o que faz esse profissional? Estas perguntas, entre outras, estão presentes nas discussões e pesquisas de mais de 60 organizações profissionais internacionaisiii e nacionais. Entre elas, destacamos a Global Alliance for Public Relations & Communication Management, a International Association of Business Communicators (IABC), a Canadian Public Relations Society Inc (CPRS), o Institute of Public Relations, a Public Relations Society of America, a Arthur W.Page Society (AWPS), a International Public Relations Association (IPRA) e as instituições brasileiras, como a Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (ABERJE), a Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP) e o Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas (CONFERP).


Uma grande convergência nas atividades

A partir da análise de documentos que expressam o perfil, o ideário e os objetivos de dezenas de organizações de relações públicas, é possível afirmar que a formação e a identidade dos relações-públicas dificilmente são delineadas separadamente do que eles pensam, planejam, executam e avaliam. O trabalho cotidiano constitui território de grande abrangência e de grande convergência, quando as organizações que congregam esses profissionais em todo o mundo falam sobre a profissão. As associações inglesas de relações públicas e comunicação empresarial – representantes das atividades de relações públicas mais desenvolvidas da Europa, que movimentam algo em torno de 6,5 bilhões de libras por ano e empregam aproximadamente 50.000 pessoas em funções de relações públicas – destacam como habilidades dos profissionais: a análise do ambiente organizacional nas dimensões do passado, presente e futuro (tendências) e as necessidades – planejamento, coordenação, ação, controle e aconselhamento – da gestão relacional e comunicacional da empresa ou instituição frente às demandas da sociedade e das redes de públicos, entre eles os empregados, a comunidade, a imprensa, os acionistas, as organizações não-governamentais, os investidores e os governos.


Ainda sobre as habilidades que profissionais de relações públicas devem ter, o European Communication Monitor 2009, aponta que as principais necessidades de formação e qualificação dos profissionais de RP na Europa estão relacionadas a: administração dos canais on-line de comunicação (26,1 %), desenvolvimento de planos de comunicação que estejam ligados às estratégias de negócio das organizações (21%), treinamento e consultoria para formação estratégica (20,1%), habilidades de liderança (16,5%), métodos de pesquisa e mensuração de resultados (11%), orçamento e alocação de recursos (3,7%) e pouco mais 1% dos profissionais afirmou não ter necessidades de desenvolvimento (1,7%).


Essas habilidades se expressam em uma extensa gama de atividades e papéis que envolvem itens como assuntos públicos e lobbying, comunicação digital e redes sociais e especialidades como a comunicação interna, estratégia de comunicação, branding e comunicação de marketing, gestão de crises, gestão da reputação organizacional, gestão da sustentabilidade, relacionamento com a mídia, gestão de eventos. A formação acadêmica desses profissionais, que exercem essas habilidades de relações públicas nas áreas de serviço, indústria, agro-negócio e governo, é ampla. Muitos têm qualificação, por exemplo, em ciências sociais, artes, história, antropologia, engenharia civil, farmácia, filosofia, psicologia e zoologia.

Como expressão dessa diversidade de atividades profissionais e demandas públicas os diplomas de relações públicas estão disponíveis em cursos de relações públicas, gestão de eventos e marketing. E, como reforço a uma formação que deve atender atividades tão abrangentes é aconselhado que se tenha conhecimentos em comunicação, marketing e política. Como destacam a Public Relations Institute of Ireland (PRII) e o Chartered Institute of Public Relations, o relações-públicas, além das formações descritas, para atender efetivamente as necessidades das organizações, deve possuir individualmente habilidades de comunicação em sua dimensão verbal e escrita, competências para planejar e qualidades pessoais como autoconfiança, atenção aos detalhes, habilidade para trabalhar sobre pressão, liderança e realização e orientação voltada para resultados.


No ambiente norte-americano, professores de relações públicas de grande renome, integrantes de universidades colocadas entre as mais reconhecidas pela academia e pelo mercado, além de integrarem os conselhos científicos de associações como a Arthur W. Page Society (AWPS), a Public Relations Society of America (PRSA) e a International Association of Business Communicators (IABC), endossam a visão dos profissionais do Reino Unido. Maria P. Russel, professora de relações públicas e diretora da Newhouse School of Public Communications, da Universidade de Syracuse, acredita que é longa a lista de habilidades que os profissionais de relações públicas e comunicação corporativa devem dominar. Na opinião de Russel, aos conhecimentos intrínsecos de relações públicas, eles devem somar os conhecimentos de planejamento estratégico, marketing e finanças, negociação, resolução de conflitos, facilitação, liderança, pensamento crítico e visão internacional. Para Don Winslow Stacks, professor de relações públicas da Escola de Comunicação da Universidade de Miami, membro da AWPS e do Institute for Public Relations (IPR) os que trabalham com atividades relacionais e comunicacionais devem entender de economia e ciência política, porque as organizações funcionam principalmente condicionadas ao que acontece na política e na economia. Já a Comissão para a Educação em Relações Públicas, dos EUA, em seu relatório de 2006, propõe que a formação básica ideal, equivalente a graduação brasileira, na profissão inclua os seguintes eixos de conteúdos:

- Introdução que inclua teoria, história de relações públicas e princípios;
- Estudo da prática de relações públicas por meio de estudos de casos;
- Legislação e Ética em relações públicas;
- A escrita e a produção em relações públicas;
- O planejamento e a gestão em relações públicas;
- Programa de estágio supervisionado em relações públicas;
- Disciplinas optativas.
O Professor Terry Flynn, da McMaster University, diretor da Canadian Public Relations Society Inc (CPRS), informa que é comum em seu país o ensino de relações públicas ser ministrado também em escolas de negócios. O que se dá também na Austrália e na Nova Zelândia, como nos cursos das Auckland University of Technology (AUT) e da Open Polytechnic New Zealand, onde são oferecidas graduação em Comunicação e Relações Públicas.


Relações Públicas no ambiente corporativo brasileiro

No Brasil, segundo pesquisas da ABERJE, as atividades reconhecidas internacionalmente e descritas neste texto como relacionais, são praticadas no âmbito das 1000 maiores empresas do país por mais de 115.000 profissionais de relações públicas, jornalismo, publicidade e propaganda, administração, marketing, entre outros, incluindo nessa contagem, a cadeia de fornecedores de serviços de comunicação e relacionamento. Nesse universo profissional, os graduados em relações públicas trabalham em atividades e papéis relacionais e comunicacionais, dentro de departamentos corporativos ou agências de comunicação, convivendo com profissionais oriundos de habilitações em jornalismo, publicidade e propaganda, administração de empresas, marketing, além de formações originárias da área de ciências humanas e exatas. Pesquisas elaboradas no universo corporativo, nos anos de 2002, 2005 e 2007, realizadas pelo DatABERJE, retratam a diversidade de formações na área profissional trabalhando com processos e atividades de relações públicas. A pesquisa realizada em 2007 pelo DatABERJE teve como amostra 164 empresas classificadas entre as 1000 Maiores Empresas do Brasil, de acordo com levantamento da revista EXAME (edição de 2007). A amostra contemplou também nove bancos, que estão entre os maiores do País. Juntas, estas empresas empregam mais de um milhão de funcionários e os grupos, às quais pertencem, faturavam aproximadamente 360 bilhões de dólares no ano de 2006, valor que representava na época cerca de 33%, ou 7 % do PIB brasileiro. Nesta pesquisa, os profissionais jornalistas ocupavam 34,1% do espaço profissional dedicado a atividade de gerenciamento da comunicação interna, os relações-públicas seguiam com 32%, os publicitários com cerca de 10%, os administradores com 13%, os profissionais de marketing com 15%, os formados na área de Exatas com cerca de 4%, os oriundos da área de Humanas com 18%, outras áreas dividiam o restante da amostra.

No ano de 2008, o Jornal Valor Econômico em parceria com a ABERJE repetiu pesquisa semelhante, dentro do universo das 1000 maiores empresas brasileiras, com amostra de 282 empresas. Nela, os jornalistas representavam 29,4% e os relações públicas representavam 12,8% e o resto da amostra dividia-se entre publicitários, administradores, profissionais de marketing, formações de humanas e exatas. No ano de 2009, foi realizada, no mês de agosto, pesquisa Valor/ABERJE, tendo como referência o mesmo universo e amostra de 300 empresas, os resultados são semelhantes às pesquisas anteriores. Ainda em 2009, o Instituto FSB Pesquisa, publicou o Mapa da Comunicação Brasileira, na qual foram entrevistados executivos de 80 das 500 maiores empresas brasileiras e de 20 dos 100 principais órgãos públicos brasileiros. No Mapa da Comunicação Brasileira, a área de formação dos gestores da comunicação empresarial se dividia: 28,6% por jornalistas; 14,3% publicitários; 19% administradores; 8,8% relações-públicas; 5,2% profissionais de marketing e 23% profissionais oriundos de outras formações. Nos 20 órgãos públicos pesquisados a divisão profissional da área de comunicação era: 75% jornalistas; 5% publicitários; 5% relações-públicas; 5% profissionais de marketing e 10% por profissionais de outras formações.

Os números relacionados ao espaço profissional apurados pelas diferentes pesquisas mostram que o ambiente de trabalho de relações públicas no Brasil acompanha o ambiente internacional da atividade. E indica que o profissional de relações públicas trabalha na atualidade no campo das empresas e instituições sob um amplo arco com inúmeras denominações, dentre elas, comunicação empresarial, comunicação corporativa e comunicação organizacional.




i - A Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (Sesu/MEC), por meio da Portaria número 595, de 24 de maio de 2010, designou os professores especialistas, Margarida Maria Krohling Kunsch, Cláudia Peixoto de Moura, Esnél José Fagundes, Márcio Simeone Henriques, Maria Aparecida Viviani Ferraz, Paulo Roberto Nassar de Oliveira, Ricardo Ferreira Freitas para constituírem comissão de especialistas em formação superior de relações públicas com vistas a subsidiar a revisão das diretrizes curriculares nacionais para o curso de bacharelado em Relações Públicas, em um período de 150 dias, a partir da instauração dos trabalhos da Comissão, o que ocorreu em 28 de Julho de 2010, em Brasília, na SEsu/MEC.

ii - Professor Doutor da Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo (ECA-USP), Coordenador do Curso de Relações Públicas da ECA-USP e Diretor Geral da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (ABERJE)

iii - Sites consultados: PRVA - Public Relations Verband Austria;BPRCA - Belgian Public Relations Consultants Association;APRA - Czech Association of Public Relations Agencies;DKF - Dansk Kommunikationsforening (Denmark);Information, Presse & Communication - France;DPRG - Deutsche Public Relations Gesellschaft EV (Germany);STiL - The Finnish Association of Communicators;HPRCA - Hellenic Public Relations Concultancies Association (Greece);PRII - Public Relations Institute of Ireland;FERPI - Federazione Relazioni Pubbliche Italiana;Beroepsvereniging Voor Communicatie (Netherlands);VPRA - Association of Dutch Public Relations Agencies (Netherlands); Kommunikasjonsforeningen (Norway);NIR - Norwegian Public Relations Consultants Association;APECOM - Association of Public Relations Consultancies in Portugal; APRSR - Public Relations Association of the Slovak Republic; APCA – Associação Portuguesa de Comunicação em Empresas; PRSS - Public Relations Society of Slovenia;ADECEC - Assoc De Empresas Consultoras En Relaciones Publicas (Spain); SPRA - Swedish Public Relations Association; BPRA - Bund Der Public Relations Agenturen Der Schweiz (Switzerland); PRCA - Public Relations Consultants Association (UK); PRIA - Public Relations Institute of Australia (New South Wales); CPRS - Canadian Public Relations Society Inc; PRINZ - Public Relations Institute of New Zealand Inc; IPRS - Institute of Public Relations of Singapore; PRSA - Public Relations Society of America; IPR – Institute for Public Relations; BDVO - Bulgarian Public Relations Society;Global Alliance for Public Relations & Communication Management; CERP - European Public Relations Confederation;ICCO - International Communications Consultancy Organisation; IPRA - International Public Relations Association; ;IABC - International Association of Business Communicators; ABERJE – Associação Brasileira de Comunicação Empresarial.

Fontes consultadas

EUROPEAN COMMUNICATION MONITOR. EUPRERA/EACD, 2009.
MAPA DA COMUNICAÇÃO BRASILEIRA. Brasília: Instituto FSB Pesquisa, 2009.
PESQUISA COMUNICAÇÃO INTERNA 2002, 2005, 2007. São Paulo: Aberje, 2007.
VALOR SETORIAL COMUNICAÇÃO CORPORATIVA. Valor Econômico. São Paulo, out. 2008.
VALOR SETORIAL COMUNICAÇÃO CORPORATIVA. Valor Econômico. São Paulo, nov. 2009.

GLOSSÁRIO DA ASSESSORIA DE DIVULGAÇÃO

http://www.mundorp.com.br/glossario.htm

GLOSSÁRIO DA ASSESSORIA DE DIVULGAÇÃO

Várias obras destinadas ao aperfeiçoamento dos múltiplos serviços de assessoramento exigidos na divulgação de uma empresa, instituição ou pessoa dão conta de mini-dicionários para melhor entendimento das terminologias utilizadas entre os profissionais e os veículos de comunicação.

É este panorama que trazemos aqui, mostrando um pouco deste mundo que tem um repertório bem próprio. Aprenda, utilize e invista em Divulgação:

A

Agência de Notícias – empresa jornalística de âmbito local, nacional ou internacional que, através de contatos com os veículos de informação, compromete-se a fazer cobertura de todos os fatos e acontecimentos para seus assinantes. Além de matérias jornalísticas, enviadas por meios rápidos como internet, telex, telefoto, enviam também resenhas, infográficos e imagens correlatas.

Âncora – figura do telejornalismo moderno que, a partir de sua grande experiência em apresentação e análise de temas, tem a função de comandar o andamento de um noticiário. Também pode participar da elaboração do material jornalístico propriamente dito.

Arejar – rediagramar um trabalho gráfico de forma a torná-lo mais agradável aos olhos dos leitores. O arejamento pode ser conseguido com a introdução de espaços brancos, aumento do tipo de letra, harmonia na utilização de fios separatórios, tamanho de fotografias e gráficos.

Articulista – pessoa que escreve artigos assinados para jornais e revistas, opinando sobre fatos políticos, econômicos e sociais. Faz parte dos quadros da empresa ou envia artigos através de contratos com agências de notícias.

B

Bloco – grupo de notícias ou informações gerais transmitido em programas de rádio ou televisão sem intervalos comerciais. Os blocos também servem para os produtores dos programas ordenarem informações a serem levadas ao ar.

Boneco – projeto gráfico de uma publicação (jornal, revista, livro) a ser lançada, para que se tenha idéia de como será seu aspecto visual em termos de tamanho, cores, distribuição de textos e imagens e espaço publicitário. Também designa uma fotografia de uma pessoa a partir do peito até o topo da cabeça.

Box – texto pequeno, agregado a uma matéria principal, geralmente apresentado em corpo, cores e tipos diferentes, ou entre traços gráficos com o objetivo de ressaltar o comentário feito.

C

Caixa Alta e Baixa – significa, respectivamente, letra maiúscula e minúscula no instante da digitação.

Calhau – material utilizado para preencher espaços em branco, por falta de texto, foto, charges, ilustrações ou mesmo devido ao cancelamento de anúncios. Normalmente traz informes institucionais da própria empresa.

Capitular – letra colocada em destaque no início de um texto, geralmente em corpo bem maior. É um recurso gráfico que embeleza a página, delimita com exatidão o início do texto e torna a leitura mais atraente.

Case (lê-se "Keize") – histórico do projeto de realização de um projeto de marketing, relações públicas ou uma peça ou campanha publicitária, compreendendo desde a análise da situação anterior até as providências adotadas e os resultados obtidos.

Chupar – utilizar-se de informações dadas por outros veículos de comunicação sem que a fonte produtora seja citada.

Clipping – pesquisa, coleta e recorte de jornais e revistas sobre determinado assunto ligado à divulgação do cliente, incluindo anúncios publicitários. Pode ser diário, semanal, mensal ou único no final da prestação do serviço, além de haver clipping comentado. Também é feito para meios eletrônicos.

Coletiva – entrevista concedida para vários veículos de comunicação ao mesmo tempo, compartilhando perguntas e respostas dos jornalistas previamente convidados e confirmados.

Copidesque – profissional de imprensa que aperfeiçoa e corrige textos (gramática, estrutura e informação) provenientes de assessorias de divulgação, ou mesmo dos próprios articulistas e redatores do veículo de comunicação.

Corpo – tipo gráfico das letras utilizadas em uma publicação. Variam de uma escala de 6 a 72, em média, referente ao seu tamanho. Normalmente, os jornais utilizam nas letras o corpo 12.

D

Diagrama – esquema gráfico utilizado para distribuição dos elementos de uma página (textos, fotos, legendas, olhos, etc). No diagrama, já está calculado previamente o espaço que cada componente vai ocupar na página.

E

Empastelar – colocar, por descuido, de forma desordenada ou invertida os elementos que irão compor uma página. O pastel pode ocorrer em nível de linhas, blocos de textos, legendas de fotos.

Encalhe – quantidade de exemplares de jornais, revistas, livros que não foram vendidos até a circulação da próxima edição, sendo devolvidos às editoras.

Enxugar – tornar texto mais objetivo, eliminando frases, trechos ou palavras desnecessárias, de forma a tornar a leitura mais direta.

Espelho – dizemos espelho para um esquema de diagramação de uma página, feito antes de sua finalização. Serve para facilitar o trabalho dos editores, diagramadores e paginadores, pois dá uma noção prévia de todos os elementos da publicação.

F

Furo – notícia de grande interesse, divulgada com exclusividade por um determinado veículo de comunicação. Também considerado sinônimo de fato inédito, exclusivo. Também é utilizado nas redações para designar uma notícia que depois não é confirmada impedindo a realização da pauta.

G

Gancho – literalmente é uma forma de prender o leitor, incentivando-o a continuar ou iniciar a leitura do texto. O gancho pode ser utilizado no início do trabalho, através de olho ou parágrafo inicial, ou mesmo durante a exposição do tema, como que justificando a importância da matéria naquele determinado instante. Recurso dos assessores para "vender" as matérias produzidas.

H

House-organ – publicação interna de uma empresa, podendo ser jornal ou revista, de distribuição gratuita aos funcionários, revendedores, acionistas, clientes, fornecedores e demais interessados. Enfoque para o público interno.

I

Intertítulo (entretítulo) – títulos intermediários ao texto, com o objetivo de destacar aspectos importantes e tornar a leitura mais agradável.

J

Jabaculê – também conhecido como jabá, designa brindes ou pequenos presentes dados aos jornalistas pelos assessores como forma de aproximação. Por vezes, é um recurso tomado como troca de favores excusos, esquecendo-se do valor da notícia.

Janela – espaço propositalmente deixado em uma página para torná-la mais arejada, onde são depois colocados intertítulos, frases da própria matéria em destaque e fotografias. Também significa os intervalos deixados em programas de rádio e televisão para inserção de anúncios.

L

Lead – palavra trazida do inglês que designa a introdução do texto, com informações básicas relativas ao fato depois detalhado. Identifica, em geral, quem fez o que, quando, onde, como e por qual motivo.

M

Mailing-List – cadastro de nomes e endereços, e outros dados mais específicos dependendo do caso, de determinados públicos de interesse da assessoria (imprensa, autoridades, funcionários). Serve para ordenar o envio de correspondências, house-organs.

O

Off-the-record – informação obtida através de uma fonte não-identificada na matéria.

Olho – pequeno texto destacando aspectos importantes da matéria. Pode aparecer no início ou no meio do trabalho como forma de arejar a página.

Ombudsman – pessoa contratada para analisar e criticar os procedimentos internos de um veículo de comunicação, notadamente na área editorial. Atende reclamações dos leitores quanto à enfoque de matérias e organiza sugestões para melhoria de qualidade do produto jornalístico.

P

Press-Kit – conjunto de materiais informativos para envio aos veículos de comunicação, causando maior impacto e aceitação. Composto geralmente por press-release, fotografia, convite, portfólio, artigos exclusivos, currículos, dependendo de cada caso.

Press-Release – texto escrito por assessores de divulgação destinados ao conhecimento do jornalista ante um fato julgado importante para publicação/veiculação. Integrado por dados básicos e contextualização que busque justificar sua relevância. Deve ser segmentado em estilo e conteúdo para cada editoria a que se destina.

Pauta – conjunto de assuntos a serem pesquisados, explorados e transformados em notícias, para comporem a edição de cada um dos jornais, revistas ou mesmo a programação de rádios e televisões.

R

Reparte – quantidade de jornais e revistas de cada edição que são enviados para as bancas, objetivando venda, ou ainda quantidade de revistas distribuídas gratuitamente a agências de publicidade, órgãos públicos, empresas privadas com interesses comerciais posteriores ou mesmo institucionais.

Resenha – resumo crítico de um trabalho literário. Mas em assessoria de Divulgação, é sinônimo de sinopse e significa o resumo das principais notícias do mês, semana ou dia entregues aos dirigentes da empresa ou entidade contratante para conhecimento da repercussão de determinados assuntos próprios ou sobre terceiros.

Retícula – sucessão de linhas formadas por pontos diminutos, utilizados na reprodução gráfica para obtenção de meios-tons.

S

Sangrar – fazer com que uma foto, desenho ou gráfico ultrapasse as margens de uma página.

Selo – recurso gráfico que se repete em várias páginas seguidas de uma mesma publicação, ou por vários dias, para identificar uma reportagem, um caderno especial ou mesmo para dar maior personalidade ao tema tratado.

Suíte – assunto que, pela repercussão obtida junto aos leitores/espectadores, tem prosseguimento em edições posteriores.

T

Take – cena rápida no telejornalismo para informação breve.

Teaser – recurso de comunicação indireta e misteriosa, utilizado para despertar atenção e provocar curiosidade das pessoas para determinado produto, serviço ou acontecimento, antes de desvendar efetivamente o tema. Tem vida curta.

Tijolo – notas ou anúncios de pequeno formato publicados em seções de classificados, serviços, lazer, noticiando a programação de teatro, cinema, shows, exposições. Também designa uma página de jornal ou revista onde não se teve cuidado na harmonização do espaço entre texto e imagens, com falta de arejamento.

Tomada – gravação de uma cena, pequena entrevista.

Tele-prompter – aparelho equipado com dois monitores de vídeo, um emissor e outro receptor de texto, utilizado em programas de televisão. Com este aparelho, o texto é passado para o locutor/apresentador que se encarrega da leitura instantânea do texto, transmitindo as notícias ao público.

V

Vazamento – divulgação de informação sigilosa que a fonte não pretendia que fosse divulgada. É muito comum acontecer àqueles que costumam falar em off com os jornalistas.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

ATIVIDADE AULA 03 - 16 AGOSTO

AULA 03
TEMA: A "barriga" do abraço corporativo (Luciano Martins Costa em 10/08/2010 - Observatório da imprensa)

Exercícios:

1 - Procure exemplos de press kits. Explique o que tais materiais de divulgação apresentam como destaque que os diferenciam dos demais;

2 - Explique o que entendeu sobre os conceitos de:

a)Acompanhamento de entrevistas
b)Administração da AI
c)Apoio a eventos (Mídia)

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

AULA 2

O texto base de hoje está abaixo e disponível no seguinte link:
http://www.fesv.br/artigos/arquivos/alunos/gabriela.pdf

ASSESSORIA DE IMPRENSA E RELAÇÕES PÚBLICAS: CONCORRENTES OU COMPLEMENTARES?
Biceli Dutra Rodrigues1
Gabriela Guimarães Peçanha
Ricardo Valeriano Pinheiro dos Reis
Adriana Sartório Ricco2

1 Alunos do 3º período do curso de Comunicação Social com habilitação em publicidade e propaganda da Estácio de Sá de Vitória.
2 Mestranda em Educação, Administração e Comunicação pela Universidade São Marcos e professora do Curso de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá de Vitória.

Resumo


Esse artigo apresenta uma das maiores duvidas em relação a dois profissionais: assessor de imprensa e relações públicas. Tem como objetivo mostrar as diferenças e semelhanças na atuação desses profissionais, se são realmente concorrentes ou complementares. Em sua metodologia trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório e descritivo, utilizando-se em seu delineamento fontes bibliográficas, documentais e pesquisa de campo com aplicação de entrevistas dirigidas a profissionais das áreas mencionadas. O resultado é a constatação de que essas profissões são complementares em suas atividades e de suma importância na comunicação institucional.

Palavras-Chave: Assessor de imprensa. Relações públicas. Comunicação Social.


1 INTRODUÇÃO
Existe uma polêmica entre a verdadeira função de um assessor de imprensa e do relações públicas. Há certa dúvida, pois não estão bem claros os limites de atuação dos dois profissionais. Até porque um assessor de imprensa costuma ter formação em relações públicas e em jornalismo.
O profissional em relações públicas é responsável pela comunicação organizacional. O ofício das relações públicas está em construir, manter ou reformar a reputação positiva de uma instituição, de maneira ética e estratégica. Está também em conciliar interesses e estabelecer a integração e o diálogo entre as instituições e os diversos segmentos da opinião pública. E dentro disso, estão incluídas as atividades de assessoria de imprensa, que se concentra mais em estabelecer relações sólidas e confiáveis com os meios de comunicação e seus agentes, com o objetivo de se tornar fonte de informação respeitada e requisitada.
A assessoria de imprensa trata da gestão do relacionamento entre uma pessoa física, entidade, empresa, órgão público e a imprensa. Sua principal tarefa é estabelecer ligação direta entre uma organização do primeiro, segundo ou terceiro setores e a mídia, com vistas ao equilíbrio da opinião pública.
Assessoria de imprensa ou relações públicas? O mercado brasileiro pouco conhece o trabalho de ambos e o pouco que conhece é mal visto pelos profissionais da área de comunicação social, principalmente jornalismo.
O tema escolhido tem como principal objetivo expor a importância do assessor de imprensa e relações públicas no mercado e mostrar suas funções na área de comunicação. Isso para que possamos colocar em evidência tais profissões. No presente artigo poderemos mostrar e perceber os limites, áreas de atuação e as diferenças e semelhanças funcionais.

2 COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES: ASSESORIA DE IMPRENSA
A comunicação empresarial surgiu nos EUA em 1906. As atividades de comunicação empresarial vieram para o Brasil nos anos 50, com as indústrias e as agências de propaganda dos Estados Unidos. Chegaram atraídas pelas vantagens oferecidas pelo então presidente Juscelino Kubitschek. Os profissionais que se aventuraram a fazer a mediação entre seus clientes ou patrões e a imprensa enfrentaram os mais variados
tipos de preconceito e discriminação ao longo de muitos anos. No início, a culpa era dos profissionais de redação. Eles não conheciam as peculiaridades e não entendiam as sutilezas do trabalho dos jornalistas e das relações públicas que iam aos veículos levar notícias. Foi preciso muita paciência e dedicação para abrir espaço nas páginas.
As assessorias de imprensa só vieram a ganhar credibilidade a partir de 1978, após a última greve dos jornalistas de São Paulo. Com a greve, ocorreram muitas demissões nas redações e os demitidos tiveram que migrar para o setor. Muitos como empregados e outros como seus próprios patrões. Com o tempo, as assessorias foram crescendo, ramificando-se e consolidando seu espaço dentro das empresas. Muitos jornalistas passaram a optar pelas assessorias de imprensa devido às condições mais tranqüilas de trabalho, sem fechamentos, menor estresse, sem correrias e com horário fixo de trabalho.
A Assessoria de Imprensa é definida por Mafei (2004, p.78) como:
Um instrumento dentro do composto de Comunicação desenvolvida para as organizações, fazendo parte da área de comunicação. Sua principal tarefa é estabelecer ligação direta entre uma organização do primeiro, segundo ou terceiro setores e mídia, com vistas ao equilíbrio da opinião pública.
A Assessoria de Imprensa trata da gestão do relacionamento entre uma pessoa física, entidade, empresa, órgão público e a imprensa. No Brasil, os profissionais que desempenham a função de Assessoria de Imprensa costumam ter formação em Relações Públicas e em Jornalismo. Em outros países, a função não é reconhecida como jornalística, e sim como relações-públicas.
Os objetivos da Assessoria de Imprensa são definidos por Mafei (2004, p.93):
Estabelecer relações sólidas e confiáveis com os meios de comunicação e seus agentes, com o objetivo de se tornar fonte de informação respeitada e requisitada. Tem que criar situações para cobertura sobre as atividades do assessorado, para alçar e manter - e, em alguns casos, recuperar – uma boa imagem junto à opinião pública. Apresentar, firmar e consolidar as informações pertinentes aos interesses do assessorado no contexto da mídia local, nacional e internacional. Programar a cultura de comunicação de massa nos aspectos
internos e externos relativamente ao assessorado por meio de condutas pró-ativas junto à estrutura de mídia. E por final capacita o assessorado e outras fontes de informação institucionais a entender e lidar com a imprensa.
Uma Assessoria de Imprensa trabalha para um assessorado, que pode ser um cliente particular ou uma instituição. Empresas, pessoas físicas como “personalidades públicas”, médicos, advogados, músicos, instituições e organizações como empresas estatais, governos, partidos, sindicatos, clubes, ONGs, ou indivíduos, entre outros, costumam utilizar serviços de assessoria de imprensa. O interesse pela assessoria, em geral, é determinado pela geração de informações de interesse público.

3 COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES: RELAÇÕES PÚBLICAS
"Ninguém consegue triunfar se a opinião pública está em seu desfavor. Com a opinião pública a seu lado, ninguém é derrotado" (ABRAHAM LINCOLN).
A frase é antiga, mas o sentido nunca foi tão atual. Segundo Wey (1988), engana-se quem atribui às relações públicas àquela imagem de evento, cerimonial ou à figura do representante de vendas. A atividade já é muito antiga e tem acompanhado reis, imperadores, políticos e grandes empresários sob outras alcunhas: conselheiro, ou como preferir “assessor”.
A atividade de relações publicas é de promover o diálogo entre vários públicos; tomou um formato e ganhou uma nomenclatura a partir da idéia inicial de lvy Lee, que abriu os olhos dos empresários americanos do capitalismo selvagem iniciado no século 20. Sob protestos da comunidade que não se contentava em pagar do seu bolso a infeliz declaração de um destes primeiros barões do livre mercado “O publico que se dane!”, este jornalista implantou uma nova ótica de correção da atitude para com a opinião publica e de divulgação de informações favoráveis às empresas para a imprensa informativa, e não via matéria paga.
De acordo com Grunig (1993) as primeiras RP no Brasil surgiram em São Paulo, como 1° Departamento de Relações Publicas, instituído em São Paulo Light – Serviços de Eletricidade. Em 1954 surgiu a ABRP – Associação Brasileira de Relações Públicas. O progresso chegara rapidamente e os meios de comunicação ainda eram incipientes para um Brasil tão grande. As empresas encontravam dificuldades para se aproximar, pois as grandes companhias começavam a dar lugar a núcleos que repartiam as varias fases de uma produção entre si. O grande motivo que levava a sociedade cobrar um posicionamento político por parte das empresas e sua transparência era puramente o exercício da cidadania. Juntamente com essa iniciativa surge uma grande preocupação muito mais urgente porque acabou o tempo entre o fato e o conhecimento do fato.
A imagem passa a ser tratada não mais de forma superficial, mas antes com um processo resultante de varias transformações na base de todo esqueleto da organização. Houve uma grande busca pela qualidade total, a humanização do trabalho, o planejamento estratégico começa a fazer parte da construção da marca e do conceito. Dessa forma os RP reaparecem com uma grande força neste quadro, sempre apoiando o marketing como estratégia principal para o conhecimento do querer humano e como aproximar o conceito deste querer, apostando em novas linguagens, na criatividade do novo relacionamento que extrapola o nível produto/serviço/consumidor.
Segundo Wey (1988), relações públicas é uma atividade administrativa que avalia atitudes políticas, identifica as diretrizes e a conduta individual ou da organização na busca do interesse público, planeja e executa um programa de ação para conquistar a compreensão e aceitação publica.
O profissional em relações públicas tem como atividades principais:
planejar, implantar e desenvolver o processo total da comunicação institucional da organização como recurso estratégico de sua interação com seus diferentes públicos, para gerar um conceito favorável sobra a organização, capaz de
despertar no público credibilidade, boa vontade para com ela, suas atividades e seus produtos (WEY,1988, p.127).
Enquanto o marketing prende-se estreitamente ao produto e a sua promoção, tendo por foco a marca, o relações públicas concentra-se na identidade da organização e na sua filosofia comportamental, tendo por foco sua imagem projetada na opinião.
O RP exerce uma função estratégica importante nas organizações modernas ao planejar e executar sua comunicação e seus relacionamentos com os mais diversos públicos. Surge então a necessidade de ter condições adequadas para ser bem sucedido na função em beneficio da sua própria organização.
Pela lei brasileira um RP precisa ser formado em curso superior, ter registro no conselho da categoria e pode exercer sua atividade como profissional liberal, assalariado ou de magistério, nas entidades de direito publico ou privado, tendo por fim o estudo ou aplicação de técnicas de políticas sociais destinada à intercomunicação de indivíduos, instituições ou coletividades.
4 A PERCEPÇÃO DA ATUAÇÃO PROFISSIONAL: ASSESSORIA DE IMPRENSA E RELAÇÕES PÚBLICAS
Para a analise da percepção da atuação desses profissionais foram realizadas entrevistas com pessoas que atuam na área, sendo possível identificar os resultados que se expõem a seguir.
De acordo com Maria Auxiliadora Dalmasio3, a comunicação deve estar inserida nas políticas estratégicas de toda empresa que deseja permanecer no mercado e evoluir. A comunicação pode ser, segundo o jornalista Francisco Viana, "o fator decisivo para que uma corporação evolua ou desapareça". Principalmente nos dias atuais, em que os
3 Assessora de Comunicação do Banestes, em entrevista concedida a Biceli Dutra Rodrigues em 1º jun. 2007.
conceitos de portas abertas, respeito à opinião pública e governança corporativa, entre outros, estão tão emergentes, nenhuma empresa que se preze pode prescindir dessa ferramenta.
Dalmasio considera a atividade de relações públicas um dos braços do universo de Comunicação de uma empresa. Trata-se de uma área também importante para o fortalecimento da credibilidade de uma instituição, já que envolve, entre outras atividades, a promoção de maior integração de uma instituição na comunidade.
Entende que o profissional em relações públicas trabalha o relacionamento de uma empresa com seus stakeholders (segmentos de público). Já a área de Assessoria de Imprensa tem sua atuação centrada no relacionamento da organização com um determinado público: os meios de comunicação.
Em sua opinião, uma atividade não exclui a outra, visto que ambas, em síntese, trabalham a imagem da empresa. O ideal é que uma companhia utilize-se de todas as ferramentas de comunicação. Mas o que se percebe é que, em determinadas empresas, seja por contenção de despesas ou falta de visão gerencial, o profissional de Comunicação (jornalista, relações públicas, publicitário) é levado a atuar em vários flancos (área de Marketing / relações públicas / assessoria de imprensa).
E ainda concorda que são profissões complementares, cada uma na sua área, mas com identidade de propósitos. Se a atividade de RP visa estabelecer e manter compreensão entre uma instituição e os grupos (internos e externos) de pessoas a que esteja diretamente ligada, a Assessoria de Imprensa administra as informações jornalísticas e do seu fluxo das fontes para os veículos de comunicação e vice-versa. Tem seu foco centrado no relacionamento da empresa com a imprensa e área editorial. Mas o trabalho do assessor de imprensa e do relações públicas deve ser pautado pela convergência e não pela concorrência.
Segundo Ana Paula Garcia4, sua principal função como relações públicas é o Planejamento Estratégico. Além disso, “trabalho com formulação, concepção de projetos e coordenação de eventos”. Em sua visão o planejamento estratégico é fundamental para imagem do cliente. Saber se comunicar de forma correta, na hora certa, utilizando os instrumentos corretos é decisivo para atingir o êxito naquilo que se propõe.
Garcia vê o assessor de imprensa como um profissional que precisa escrever bem e que precisa ter um bom relacionamento com a imprensa. É fundamental trabalhar em parceria com um bom assessor, pois a empresa precisa adquirir uma linguagem única, agindo com ética e transparência. O papel do assessor é transmitir as coisas boas que a empresa faz, esclarecer os pontos fracos para que não haja ruído e distorção na comunicação e ter habilidade para lidar com a imprensa e com os clientes em momentos de crise.
Para ela não existe diferença entre assessoria de imprensa e relações públicas. Um profissional tem que ter formação profissional, habilidade e competência para assumir qualquer cargo. A qualificação para a função é o que vale. E concorda que toda instituição precisa ter uma área de comunicação bem estruturada e qualificada. Se precisar de um, dois ou três, isso vai depender da demanda de cada empresa. Ter uma assessoria de comunicação integrada é fundamental, e o que determina a função que o profissional de comunicação vai exercer, é a competência.
Considera, sem dúvida que a comunicação só é completa com a junção de três elementos: Relações públicas, Jornalismo e Publicidade. Cada um com sua especialidade e competência. Em sua opinião há concorrência de competências nesse caso: “Se você for competente vai concorrer com outras pessoas competentes”.

4 Coordenadora do Departamento de Relações Públicas / Eventos do Grupo Labor, em entrevista concedida a Gabriela Guimarães Peçanha em 11 jun. 2007.

5 CONCLUSÃO
Existe na área de comunicação social grande dúvida sobre suas sub-áreas. Jornalismo, Relações Públicas, Publicidade e Propaganda, são todas sub-áreas da comunicação social, que hoje, mais do que nunca, deveriam ser integradas. Entretanto, essa integração tão necessária, ainda encontra, com muita freqüência, inúmeras barreiras. Barreiras relativas ao desconhecimento, ao preconceito, ao corporativismo, aos estigmas, que comprometem a efetivação da comunicação integrada. A visão de muitos profissionais, limitada a conquista de seu espaço de atuação no mercado, compromete, a atuação da área de comunicação, prejudicando sua eficácia.
É evidente que cada sub-área tem suas especificidades e deve, obrigatoriamente, conhecer o seu campo de atuação, bem como reconhecer o campo de atuação da outra, visando, justamente, entender como as diversas sub-áreas podem e devem atuar integradas e estrategicamente.
O profissional de relações-públicas atua na administração do relacionamento entre uma organização e seus diversos públicos, o que, em tese, incluiria os meios de comunicação de massa. A prática de relações públicas tem sua origem na divulgação de informações para a imprensa, a partir do interesse surgido, no início do século XX, por parte de empresários interessados em agir politicamente na esfera pública (HABERMAS, 1984).
A prática de assessoria de imprensa disseminou-se na sua função primária, informar a imprensa, mas, em muitos casos, passou a ter um significado mais amplo, tornando-se um guarda-chuva para várias atividades. Uma busca na internet identifica assessorias de imprensa que promovem eventos, produzem moda, atuam com publicidade, fazem sites. Cláudia Rodrigues (2000) afirma que as assessorias de imprensa, "de maneira geral, fazem um serviço de marketing da empresa".
Com esse artigo percebemos que as profissões são na verdade, complementares. A assessoria de imprensa lida diretamente com a imprensa, cuidando da imagem do seu assessorado e o relações públicas têm como principal função construir, manter ou reformar a reputação positiva de uma instituição, seja ela um produto, uma marca, uma empresa, uma entidade, uma pessoa física.
E descobrimos que na prática, assessores de imprensa (jornalistas) passam a agir numa faixa da atividade de relações públicas, sendo cada vez mais comum coordenarem sistemas de comunicação complexos. Já os relações públicas não fazem relacionamento com a mídia no Brasil e também estão perdendo espaço na comunicação organizacional. Ou seja, o título de relações públicas, obtido mediante curso superior de quatro anos, perdeu espaço no mercado profissional, particularmente para o de jornalista.


REFERÊNCIAS
DALMASIO, M.A. Entrevista concedida a Biceli Dutra Rodrigues, em 1º de junho de 2007.
GARCIA, A.P. Entrevista concedida a Gabriela Guimarães Peçanha, em 11 de junho de 2007.
GRUNING, James. Relações Públicas. Disponível em www.sinprorp.org.br/Relacoes_Publicas/relacoes.htm. Acesso em junho de 2007
HABERMAS, Jügen. Mudança estrutural na esfera pública: investigações quanto a uma categoria :a sociedade burguesa. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1984.
HUMBERG, M. E. relações públicas x Assessoria de imprensa. Disponível em http://www.sinprorp.org.br/Clipping/2000/CLIPPING2000-31.htm. Acesso em junho de 2007.
KOPLIN, E.; FERRARETTO, L.A. Assessoria de imprensa: Teoria e prática. 4 ed. Porto Alegre: Sagra, 2001.
MAFEI, Maristela. Assessoria de imprensa: como se relacionar com a mídia. São Paulo: Contexto, 2004.
RODRIGUES, Cláudia. Assessoria de imprensa: desconfiem, desconfiem. Disponível em http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos/jd05072000.htm#debates02. Acesso em junho de 2007.
WEY, Hebe. O processo de relações públicas. 3 ed. São Paulo: Summus, 1988

EXERCÍCIO AULA 1

Trabalho Teoria e Técnica Relações Públicas
Dalila Mara Silva
Natália Oliveira Soares


1) Comente sobre seu entendimento a respeito do profissional de RP no case apresentado em sala.
De que maneira é possível implantar e/ou adaptar tal experiencia no cotidiano?
O case estudado, apresenta o papel fundamental do profissional de RP. Identificar e criar soluções inovadoras para diversos problemas, desde o mais básico ao mais complexo. Muito se pensa e se cria estratégias de comunicação para grandes empresas e grandes problemas. Mas é deixado de lado que os verdadeiros RP´s são capazes de solucionar problemas que envolver fatores culturais como o case estudado. Percebemos no cotidiano que o verdadeiro RP é aquele que consegue comunicar de maneira simples e descomplicada e obtem um feedback positivo.

2) Procure alguma matéria que aborde uma "situação de crise"
Comente de que maneira você atuaria como RP para minimizar os danos causados.
Caso Goleiro Bruno: O Brasil já está enfadado desta notícia. Em nossa análise a assessoria do Flamengo agiu de maneira fantástica neste caso. Não foi negada nenhuma entrevista e sempre ficou muito claro a posição do clube em relação ao acontecido. Uma declaração da Presidente do Flamengo, ao nosso ponto de vista foi um tanto quanto infeliz. Em entrevista ao FANTASTICO ela declarou que mesmo se o goleiro fosse inocente, ele não voltaria ao time. Considerando esta remota hipótese esta afirmação mostra uma certa insensibilidade e até mesmo um ar de injustiça e desamparo. Como RP, trabalharia na mesma linha de raciocínio que a assessoria do clube trabalhou mas orientaria de forma mais clara aqueles entrevistados e se mesmo assim houvesse alguma declaração infeliz, viria a público explicar aquela consideração. Fazendo com que o Clube não perdesse ainda mais créditos perante a sociedade.

3) Leia a ementa da disciplina. Escolha um tópico que desperte sua atenção e comente.
- Diferentes formas de tratamento da comunicação aliadas à estratégia e à cultura de cada organização. Na maioria das vezes comunicação é confundida com publicidade. Esquece-se que comunicação é uma ampla área de conhecimento que pode e deve ser explorada das mais variadas maneiras. Muitas empresas são tachadas como "arcaicas" por não participarem de uma rede social ou até mesmo não ter um outdoor estampado em alguns pontos. Antes de julgá-las é necessário conhecer qual o público instituição, qual a estratégia utilizada para chegar ao cliente e asim com estas análises em mãos com certeza a conclusão será o seguinte: cada organização tem um modo de comunicar com seus clientes, não existe uma regra para o sucesso da comunicação e sim vários fatores ímpares que juntando-se estratégicamente obtem-se o sucesso organizacional.





TEORIAS E TÉCNICAS DE RELAÇÕES PÚBLICAS
Júnia Maria de Oliveira



1) Comente sobre seu entendimento a respeito do profissional de RP no case apresentado em sala. De que maneira é possível implantar e/ou adaptar tal experiência no cotidiano?

O profissional de RP vai atuar fazendo a política de boa vizinhança da empresa. Ele vai atuar matendo uma boa relação com o público, seja ele interno ou externo. É possível atuar como um RP cotidianamente, adaptando sua linguagem ao nível de conhecimento das pessoas com quem você está se relacionando.

2)Procure alguma matéria que aborde uma “situação de crise”. Comente de que maneira você atuaria como RP para minimizar os danos causados.

Se eu fosse a RP do goleiro Bruno eu teria instruído-o a falar somente em juízo, pois a cada entrevista que ele deu ele se comprometeu ainda mais. Até mesmo naquele vídeo do avião que “vazou” ele comete várias gafes.

3) Leia a ementa da disciplina. Escolha um tópico que desperte sua atenção e comente.

Eu penso que assessoria de imprensa será um tema bastante interessante para se estudar e com certeza uma área que eu atuaria futuramente. Acho importantíssimo ter uma pessoa que coordene e organize a relação com a imprensa que é o nosso elo de ligação com o público e tem o poder tanto de nos levar ao topo quanto ao buraco.


PUC Minas Arcos
Teorias e técnicas de RP - Aida
Gabriel Rodrigues -Nayara Leite



Comente sobre seu entendimento a respeito do profissional de RP no case apresentado em sala. De que maneira é possível implantar e/ou adaptar tal experiencia no cotidiano?

O profissional de RP deve identificar os problemas, e solucioná-los da maneira mais adequada possível. É imprescindível que seja observado atentamente o contexto em que cada crise se instala, pois, como abordado em sala, as soluções podem e devem ser inseridas dentro da própria cultura da comunidade, o que facilita a a absorção das informações.

Procure alguma matéria que aborde uma “situação de crise” comente de que maneira você atuaria como RP para minimizar os danos causados.

Quando a comunicação entre empresa e funcionário não flui de forma correta. Trabalharia para fazer com que a empresa pudesse se comunicar bem e atendendo as necessidades que o funcionário possui.

Leia a ementa da disciplina e escolha um tópico que desperte sua atenção e comente.

“Assessoria de imprensa, comunicação interna, relacionamento com a comunidade, relações governamentais.”

Consideramos a principais funções do relações publicas, pois estas também são utilizadas por outros profissionais da comunicação.
Perceber e entender as funções e relacioná-las com a pratica da profissão.


PUC MINAS EM ARCOS
TEORIAS E TECNICAS DE RELAÇÕES PUBLICAS - 4º PERIODO

NIZIO TEODORO


1) O profissional de RP no meu ponto de vista zela pela imagem da empresa/pessoa que ela cuida. Trabalha de forma a utilizar todas as ferramentas de comunicação a favor do seu trabalho, convergindo todas essas ferramentas para uma forma de comunicação efetiva e eficaz. Tal profissional pode aplicar seu conhecimento no cotidiano atuando de forma adapatada com seu publico, buscando atingir de forma mais eficiente o mesmo, atraves de linguagem adaptada e formas mais praticas de comunicação com os mesmos.

2) O caso que vou analisar envolve a empresa na qual eu trabalho. Ele não foi divulgado na mídia mas envolve o grupo ALGAR e o SICOOB BRASIL. O caso que ocorreu foi com relação a mudança de identidade visual do SICOOB BRASIL realizado no inicio do ano. A nova marca criada coincide com a marca criada recentemente pelo grupo ALGAR. Inicou-se então uma discussão para definição de como seria a convivência entre as duas marcas. Dentro do que foi realizado, eu faria também uma melhor comunicação interna, uma vez que os funcionários que não estão envolvidos nos setores de comunicação não tinha consciência dos fatos que estavam envolvendo essa discussão.

3) Dentro da ementa o que me interessa muito é o trabalho com comunicação interna, pois trabalho no setor de comunicação da empresa onde trabalho e lidamos o tempo todo com isso. Quero conhecer melhor como esse tipo de comunicação funciona e como o profissional de RP trabalha com ela.


PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Atividade teorias e técnicas de relações públicas
Gleysiane Jussara de Jesus Felipe
Maurílio Andalécio Geacaiaba Júnior




01) No caso apresentado em sala percebemos que o profissional deve adaptar sua linguagem de acordo com o público. De nada adiantaria as enfermeiras buscarem uma explicação científica para convencer as pessoas, pois elas não compreenderiam.
No cotidiano o profissional deve ministrar a imagem do assessorado, prevenindo contra possíveis crises, a fim de prever as reações do público e monitorar a imagem da empresa a qual está prestando serviço.

02) Matéria Escolhida: Caso Isabela Nardoni
Nesse caso a mídia fez um pré-julgamento da madrasta e do pai, com isso eles foram condenados pela grande massa antes mesmo de serem sentenciados. Como profissional de RP veicularia também a defesa do casal, pois da forma com que foram divulgados pelos meios de comunicação para a grande massa, que acredita no que é transmitido, eles já estavam condenados, pois se eles fossem absolvidos, não seriam aceitos pela sociedade como cidadãos de bem.
O RP faria com que a imagem deles fosse divulgada como culpados somente quando eles fossem sentenciados. Seria necessário veicular todas as versões dos fatos e não somente recortes de notícias, pois a sociedade não compreende quando um suspeito não é culpado, pois acreditam fielmente no que é transmitido.

03) O tópico escolhido foi “Ações para dinamizar a missão, visão e valores organizacionais”
Em uma empresa é interessante intercalar e dinamizar a missão, visão e valores organizacionais para que haja melhor desempenho e desenvoltura da instituição. Sendo assim, se ambos estiverem lado a lado, haverá a melhor compreensão dos objetivos da empresa e, com isso transmitirá a idéia de ordem e entrelaçamento entre o público interno e externo. É necessário separar cada objetivo para que transmita claramente o que a empresa pretende. Somente assim ela ganhará credibilidade e poderá crescer no mercado.

DEFINIÇÃO OFICIAL DE RP

A definição oficial de Relações Públicas, oferecida pela Associação Brasileira de Relações Públicas, surgiu dos estudos de uma pequena comissão interna da Diretoria da ABRP de São Paulo. Para tornar-se oficial e pública, foi aprovada por essa mesma diretoria em 14 de fevereiro de 1955, conforme extrato que transcrevemos a seguir.
Extrato de Ata
Ata da 12ª Reunião de Diretoria da Associação Brasileira de Relações Públicas, realizada aos 14 de fevereiro de 1955, São Paulo – Capital:
....................Continuando o expediente, o Sr. Presidente disse que tendo sido designados os diretores Srta. May Nunes de Souza, Annibal Bomfim e Murilo Mendes para elaborarem uma conceituação de “Relações Públicas”, haviam eles se desempenhado da obrigação e dava aos presentes o resultado do trabalho apresentado, que era o seguinte: “Entende-se por Relações Públicas o esforço deliberado, planificado, coeso e contínuo da alta administração, para estabelecer e manter uma compreensão mútua entre uma organização, pública ou privada, e seu pessoal, assim como entre essa organização e todos os grupos aos quais está ligada, direta ou indiretamente”. O trabalho apresentado esclarece ainda que se entendem por grupos, os acionistas, clientes, fornecedores, governo, indústria, educação, comércio, financiadores etc. Submetida aos presentes, essa conceituação foi, unanimemente, aprovada e será utilizada pela ABRP em suas referências e trabalhos...................................................
Ata lavrada pelo Secretário Executivo, Sr. José Enocks Gonçalves e assinada por ele e pelo Secretário da ABRP, Sr. Álvaro Roberto Mendes Gonçalves.
Conforme comentários de Teobaldo de Andrade, "nessa definição aparece a mutualidade de entendimento entre uma organização e seus diversos públicos, bem como a característica de função administrativa dada às Relações Públicas. Outro aspecto, não menos interessante, é o que observa tratar-se de uma atividade ligada à alta administração de uma empresa, seja ela pública ou privada. Essa definição foi reproduzida, com pequenas alterações, no Decreto n. 63.283, de 26 de setembro de 1968, que aprovou o regulamento da profissão de Relações Públicas no Brasil" (Para Entender Relações Públicas, página 41).


FONTE: http://www.portal-rp.com.br/historia/parte_13.htm

TEXTO AULA 1 - RELAÇÕES PÚBLICAS NA ROÇA

Texto usado em 02 de AGOSTO de 2010.

Simplicidade com inteligência, foi a fórmula usada para estabelecer um trabalho de resultado na zona rural.

ESTA NA HORA DE FAZER RELAÇÕES PÚBLICAS NA ROÇA


Valentim Lorenzetti



"Galho de Goiabeira de Três Nós, Ajuda Relações Públicas".

Ultimamente temos tido conhecimento de vagas oferecidas a profissionais de Relações Públicas para exercer atividade no interior, em área urbana ou, mesmo, junto a comunidades rurais. Está havendo uma preocupação cada vez maior de integrar o campo a parcela da população mais beneficiada com as conquistas e o avanço da tecnologia.

O papel de levar o homem do campo a assimilar todo esse progresso da última década é, sem dúvida, trabalho de Relações Públicas. Sabe-se, por exemplo, que mesmo no Brasil muitos institutos científicos (como o Instituto Biológico ou o Instituto Agronômico, em São Paulo) têm desenvolvido pesquisas que levam a uma produtividade maior na agropecuária valorizando o trabalho do homem do campo; contudo, tem sido muito grande a distância entre os resultados dessas pesquisas e sua aplicação.

Tudo por uma questão de relacionamento entre o homem-pesquisa e o homem-do-campo. E não é que não tenha havido boa vontade de ambas as partes, pelo contrário, muito esforço vem sendo feito para transferir os benefícios da pesquisa para a prática do campo. Os meios e as técnicas devem ter sido inadequadas: um homem urbano não entende qual é o pólo de interesse do homem rural. E fica cada um na sua ponta do fio falando a linguagem dos mudos.

Há muito tempo tomamos conhecimento de uma experiência fascinante realizada por um grupo de enfermeiras de Saúde Pública em determinada comunidade rural do interior de São Paulo. Vale a pena contar, pois se trata do maior "case" de Relações Públicas na roça que eu vi até hoje. É o seguinte.

Nessa comunidade rural, integrada por umas 100 famílias de lavradores, havia um problema crônico de saúde: diarréia. O Serviço de Saúde identificou que a causa estava na água contaminada da fonte onde toda a comunidade se abastecia. O problema foi entregue às enfermeiras de Saúde Pública – que são as grandes "Relações Públicas" da saúde. Estudaram o assunto; conviveram dias e dias na comunidade. Fizeram amizade firme com muitas donas de casa, tomaram muito café com bolo de fubá, ficaram conhecendo os problemas de cada casa, aprenderam a linguagem os hábitos da comunidade. E nos bate-papos sempre era provocado o assunto da "dor de barriga". As enfermeiras ouviam as queixas das mulheres:

– Tem dia que não dá nem pra gente fazer nada, a dor de barriga não deixa.

Realmente, uma preocupação da comunidade era a doença crônica. Agora, como botar na cabeça daquele pessoal simples que o problema estava na água; a água "tão fresquinha da bica?" Ninguém ia acreditar, e, pior ainda: as enfermeiras deixariam de ser aceitas, pois "como é que essa gente da cidade vem aqui no mato dizer que a água não é boa. Água limpinha que nem um espelho, vê lá que isso dá doença na gente".

Aqui é que entrou a iniciativa maravilhosa das enfermeiras-Relações Públicas. Nas conversas com as donas de casa a enfermeira procedia mais ou menos assim:

– Tem muita gente com dor de barriga aqui?

– Se tem, ainda hoje o Zé não foi trabalhar de manhã, ontem eu quase não consigo levantar da cama.

– Sabe uma "simpatia" muito boa pra curar essa dor de barriga?

– Sei não, só sei que já tentamos de tudo, até benzimento, e nada deu certo.

– Pois eu vou ensinar uma "simpatia" que dá certo. A senhora quer fazer?

– Se quero, moça, pois não tenho procurado outra coisa ultimamente.

– Então, preste atenção. A senhora vai na bica, enche o caldeirão de água e traz para casa. Coloque o caldeirão no fogo, para ferver a água.

– Ferver a água?

– E, mas não é só isso não. Preste atenção. Enquanto o caldeirão estiver no fogo, a senhora vai ali no pastinho e corta um pequeno galho de goiabeira. Mas precisa ser um galho de três nós. Entendeu bem? Três nós. Não pode ser dois nem quatro, se não a simpatia não dá certo. Três nós, certo?

– Certo, entendi, tem de ter três nós.

– Está bem. Ai a senhora pega esse galho, vê se a água está fervendo, fazendo bolhas. Se a água está fervendo, tira o caldeirão do fogo e deixa esfriar. Quando ela estiver fria, a senhora coloca o galho dentro do caldeirão e mexe a água da seguinte maneira: dá três voltas para a esquerda e três para a direita. Não pode ser duas, nem quatro, Entendeu bem?

– Ah, entendi sim.

– Mas não acabou ainda a simpatia não. A senhora tem que dar três voltas para a esquerda e três para a direita, três vezes. Certo? Sempre três vezes.

– Sei, três vezes sempre.

(Com essas voltas a água fervida é reoxigenada, pois no processo de fervura perde-se o oxigênio e seu gosto não fica muito agradável. Mexendo a água, o oxigênio se reintegra ao líquido e ela fica boa de novo. Mas, vá explicar isso pra a "Dona Maria" da roça...)

– Bem, depois que mexeu três vezes, dá a água para toda a família beber. E só bebe dessa água com simpatia. A senhora vai ver como ninguém mais vai ter dor de barriga.

– Ah! Eu vou fazer agora mesmo. Não custa a gente tentar, né?

Dito e feito, as mulheres começaram a fazer a "simpatia". E ninguém mais teve dor de barriga. Agora, eu pergunto, isto é ou não um trabalho maravilhoso de Relações Públicas? Relações Públicas no seu mais alto nível, ou seja, uma solução radical dos problemas. E ninguém falou com o presidente de nenhuma empresa, falou com uma turma de caipiras para resolver problemas de base.

Esta é uma história verdadeira. E tantas outras devem estar sendo escritas por esse interior afora. Só que o profissional de Relações Públicas está à margem de todas elas. Esta à margem do processo de desenvolvimento do país, hoje baseado no campo. Porque os profissionais ainda são "homo urbanus" e acham degradante ir morar no mato. Ficamos na cidade ditando regras para o campo, e nos transformamos em tecnocratas alienados.

É hora de ir para a roça, desbravar o campo, comer poeira. Vamos pensar seriamente nisso, pois temos certeza de que a safra será muito boa.



Originalmente publicado no número 9 do jornal O Público, órgão informativo da Associação Brasileira de Relações Públicas – Seção Estadual de São Paulo, em junho de 1980, página 4.
FONTE: http://www.portal-rp.com.br/bibliotecavirtual/relacoespublicas/teoriaseconceitos/0025.htm